OLDER PEOPLE AND WEAKNESS

“É FATO QUE, nossas atitudes mudam à medida que envelhecemos e vamos ficar mais vulneráveis aos golpes de vigaristas - em inúmeras instituições. 

Cada fase parece trazer novas necessidades, atitudes e reações, além de sobreavisos.

Envelhecer, é tão dramático quanto passagem da infância para a adolescência, ou da
adolescência para a idade adulta, mas parecemos menos preparados/as e alertas sobre
o processo social de envelhecimento.

Rejeições, passamos a "levar numa boa", em relação à adolescência, a dor das primeiras experiências e rejeições de quem pensávamos amar, aquela imensa sensação de vazio que parecia nos rodear, na maturidade encaramos com tranquilidade.

Compreendemos que a vida continua a exigir energia, atenção e as prioridades mudam. Para começar, não nos importamos em ser até anti-sociais ou considerados dessa forma pelos mais jovens. Não ter o que fazer durante o sábado, de tarde ou à noite, deixou de ser a tragédia que era antes e algumas vezes um alívio - se existe bons filmes a ver em casa.

Ter alguns programas e eventos por semana, marcados com antecedência, com amigos/as e
pessoas da família já é mais do que suficiente, quando não chega a ser obrigação.

Ver televisão e aprender bastante em entrevistas de pessoas inteligentes e conectadas, como na tarde de hoje, 11 de dezembro de 2012, em que alertaram sobre golpes aplicados especialmente contra idosos pois, à medida que se envelhece, vamos perdendo nosso olhar crítico sobre golpistas e vigaristas.

Discussão e alerta que vigaristas tem cara comum e dão golpes em idosos
 sem que você saiba que está sendo enganado.

(...)

Temos mais problemas com a vista, com a audição, digestão e o tônus muscular.
Acompanhar todos os desenvolvimentos tecnológicos, dos celulares, caixas eletrônicos de bancos, redes sociais e sem o apoio dos mais jovens, confiáveis, fica mais arriscado e difícil.

A GLOBO NEWS nos alertou sobre esses aspectos e os golpes. As pessoas vigaristas 
mantém semblantes comuns, as pessoas com mais idade perdem a capacidade de identificar os golpistas, o que em geral, os mais jovens, identificam com facilidade.

Os golpes são inúmeros, em bancos, em cartões de crédito, em ofertas desnecessárias, em compras que não serão utilizadas, em consertos na casa dispendiosos sem necessidade. Há
um  autêntico repertório de golpes para serem aplicados à medida que as pessoas ficam mais sós e envelhecidas. São realmente até perseguidas para que aproveitem momentos de fraqueza.

Ao chegarmos aos 60, 70 ou 80 e mantendo a saúde, não podemos dispensar os jovens confiáveis, eles/elas são bem mais espertos ! Podemos olhar para os/as jovens com
muito carinho e gratidão por nos ajudarem nessa etapa do caminho.

As mudanças da idade  nos trazem alguma sabedoria, porém, a renovação e presença dos jovens corretos, estudiosos e atentos/as são condições imprescindíveis ao envelhecimento saudável, com saúde social e mental. Um dia cuidamos dos jovens, um dia os jovens poderão dar uma atenção maior para seus genitores e idosos/as amados/as.”

Maria Lucia Zulzke, em 11 de dezembro de 2012, às 14:15 hs, em S.Paulo - SP - Brasil.

Adeus à Rainha da TV - Hebe Camargo

ADEUS, ELA ESTARÁ ENTRE AS FLORES, NAS ÁRVORES, NOS CORAÇÕES DOS/AS QUE A AMARAM!

ADEUS  À  HEBE  CAMARGO  !

RAINHA DA TV, DO RÁDIO POR 62 ANOS, RAINHA DE LARES

ESCOLTADA POR BOMBEIROS, APÓS MISSA COM O PADRE MARCELO ROSSI

Num domingo de sol, como tanto ela gostava do sol, do jeito que ela gostava da presença de público e multidões de fãns. Viveu, encantando com suas Gargalhadas e Indiscrições Discretas entre artistas, políticos, cantores, jornalistas, familiares, amigos e convidados especiais e um empregador apaixonado do SBT,  por 23 anos, e sempre nos deslumbrando com os Vestuários Mais Lindos, Mais  Exuberantes e as Jóias Mais Belas que vimos, democraticamente, nos canais de TV abertos.

Em S.Paulo, capital, 30 de setembro de 2012, 10: 54 am, domingo.

Guerra e Paz - Portinari

À direita, o menino folheia um livro, brincadeiras de crianças, gangorra, música, cânticos, animais brincando,  as vivências de tempos de PAZ.

A PAZ  - para crianças, creio que nada se compara à presença de pais amorosos, passear e receber atenção do pai e da mãe, se existe mútuo e verdadeiro afeto e paciência dos adultos - a proximidade física como nesse close do quadro, pai levando seu filho/a nos ombros, a criança cansou ! As brincadeiras infantis, um folhear de livro sem pressas ou metas produtivas. A Paz representada por Portinari é o resumo da vida de um homem/ mulher - síntese de um artista, de um poeta, a síntese de um ser humano iluminado e único.

A GUERRA  - destruição coletiva e difusa, as bestas selvagens da Fome, da Doença, da Violência e da Morte.
Os braços erguidos em súplica. As mãos entrelaçadas, as mãos que encobrem os olhos para não mais enxergar atrocidades, as mães que choram e velam os corpos de filhos mortos, e as guerras íntimas e  pessoais, com suas dilacerações sem traços ou vestígios visíveis, os ajoelhados que se arrastam em penitência....Portinari.
Memorial da América Latina até dia 20 de maio de 2012.




Maria Lucia Zulzke, em São Paulo, 02 de maio de 2012, às 9:43am.

Mamma GóGó - Alzheimer (filme)

A NET no canal Max está com horários e dias de exibição do belíssimo e bem feito filme Mamma GóGó, emocionante, comovente, engraçado, real, extremamente real sobre a determinação e tentativa extrema de uma idosa
permanecer só e independente em sua casa.


Quem teve em família algum caso similar e acompanhou de perto o comportamento, algumas atitudes, a progressão dos sintomas e os procedimentos dos/as pacientes não deixa de se emocionar pelas incríveis semelhanças !


Emociona muito a imensa tentativa de controlar a decadência 
de suas percepções, enquanto ainda ela tem noção da realidade de seu estado.


O médico dá uma explicação que eu nunca ouvi sendo dada - e achei maravilhosa e importante -  o/a paciente quer controlar sua casa e sua vida, as pessoas que convivem devem-lhe obediência e isso torna a pessoa mais tranquila ! Em geral, os familiares restringem as liberdades e decisões do/a idoso/a e 
isso deprime e irrita muito a pessoa.


Outro aspecto é a possessividade - em geral gostam de ter muita atenção e exclusiva dedicação, fazem até manipulações, como diz o médico para o filho - paciente de Alzheimer é mais ardiloso/a do que um diretor de filme para criar situações.


Linda a cena em que a avó ocupa a cabeceira da mesa de jantar, enfim, ela consegue ainda ser uma pessoa respeitável e respeitada em seus desejos e os demais são mais novos e lhe obedecem, ela é a avó e tem filhos/filhas e neto!


Essa informação médica é valiosa para todos que precisam ter proximidade com pacientes de Alzheimer e, muito engraçado, pelo menos eu achei engraçado pois eu não sou SOGRA de ninguém ( ainda) ... as idosas em geral irritam-se demais e criticam abertamente as NORAS. 


Ácidos comentários sobre a NORA, feia, detestável... e como o filho, pobre filho, está mal casado... impossível não rir!


A nora no filme é jovem e bonita, começa a chorar pois nada sabe sobre a doença ... e em geral, as noras levam isso muito a sério, as críticas ferinas das sogras, o ciúme das mães aflora abertamente contra sua rival sem qualquer censura ! 

O filme é tão real, comovente! A personagem faz parte da nossa família, aquela adorável senhora idosa, sua determinação e as decisões que tenta tomar para controlar sua vida.




A imensa desconfiança sobre as pessoas próximas, o medo que seu futuro está sendo decidido à sua revelia pelos filhos.... 
triste, isso é tão triste ! A perda da autonomia das dimensões humanas e emocionais.


Quem tiver NET e acessar o canal MAX, tendo interesse sobre o tema Não pode deixar de assistir e se perguntar QUANDO VIRÁ esse remédio curativo e redentor ? Será que já conseguiram mesmo, como no filme mostram que o índice Nasdaq sobe ao descobrirem o remédio para Alzheimer?

Que filme mais comovente ! Lindíssimo !


maria lucia zulzke, em S.Paulo, capital, Brasil, domingo, 15/4/2012, às 20:40 hs

O quadro e o nome da casa.

Na Casa do Peixe havia na parede artesanato de peixe colorido.

Assim como em muitas casas existem fotos ou quadros mostrando  as pessoas que lá vivem ou  representam importância para seus donos, na Casa do Peixe, em Itanhaém, havia na parede pequeno peixe de enfeite.

Ah, então é por isso ! eu pensei com meus poucos anos de idade e mesmo sendo uma casa simples, eu estava acompanhada das pessoas mais queridas da minha infância - meus pais alegres e atentos, tias,
irmã e foi um período de férias inesquecíveis, onde percebi muita coisa ,  a cor da areia cinza, dura e compacta,
fomos visitar uma pedra com formato de cama onde diziam que lá dormia o Padre Anchieta.

Creio que nunca mais voltei para aquela praia e é bom que assim seja pois jamais será um lugar tão lindo,
tão completo como o marcante mês de janeiro de uma distante década de 50.

Maria Lucia Zulzke, em 28 de janeiro de 2012, em S.Paulo - SP - Brasil.

"A casa do Peixe " Itanhaém

Estamos no mês de Janeiro e considerável população com filhos pequenos tira férias e vai para as praias.


É um comportamento que acompanha gerações nos vários continentes. Foi assim também comigo e minha família nos anos 50.

Durante boas semanas, ouvi em casa meus pais comentarem que iríamos "todos" passar 10 dias na praia, na "Casa do Peixe". Na minha imaginação, essa viagem adquiriu dimensão semelhante a irmos nos hospedar no Palácio Real, leia-se, na casa da Rainha Elizabeth da Inglaterra . 


Mar, praia e hospedados na casa do Ser que Habita as Águas - o Peixe. Os preparativos para roupas de verão, maiô e , como minha mãe costurava, foram feitos para mim, vários conjuntos de tecido de shorts e blusinhas bem cavadas nos braços, panos coloridos e um deles tinha como motivo barquinhos. Eu seria uma autêntica parte da comitiva que iria para a praia.

Eu estou de conjunto de shorts num carnaval, minha mãe costurava.

Minha mãe, a mais velha, combinou com 2 de suas irmãs, que iriam todas tirar merecidas férias com a família, na praia. Alugaram uma casa onde cozinhariam, jogariam baralho, só leriam revistas,  descansariam à tarde e, para isso, levariam para poupá-las empregada e cozinheira. Queriam mordomias para si. O palmito para saladas e souflé era natural, fresco, cozido na hora, comentavam a maravilha de um lugar assim. Palmito naquela época era muito caro.

Meu pai quando criança,.

Se eu estava com idade ao redor de 6 anos, essas mulheres estavam com mais de 40 anos, com muita vitalidade e seguras de si . Os maridos resolveram fazer todas suas vontades.


Na década de 50, para ir do interior de S.Paulo para o litoral, haviam ônibus e estrada de pistas estreitas. Ocorriam vários acidentes frontais.


Chegou janeiro e meu pai fechou sua loja de tecidos. Ele queria sair despreocupado, sem preocupações de nenhuma ordem, foi uma decisão difícil mas ele conseguiu. Para mim, que normalmente durmo muito fácil nas viagens, sem enjôos ou problemas, lembro que chegamos 
a uma casa térrea, com pequeno terraço numa esquina de ruas de terra em Itanhaém.


Duas de minhas tias que tinham carro já haviam chegado e se alojado. Nós 4, meu pai, minha mãe, minha irmã e eu, num único quarto. A areia da praia era escura e dura, mas as ondas eram delicadas e baixas, estouravam em espumas brancas e de temperatura deliciosa.


Foram dias deliciosos, repletos de comidas deliciosas, frutas, conversas, novos amiguinhos brincando comigo, filhos de amigos de minhas tias, também lá na mesma condição, conhecíamos gente diferente. Ninguém brigou, não houve nenhum acidente, nenhum imprevisto desagradável.


Pelo contrário, uma das amigas de minha tia, que tinha 2 ou 3 filhos, meninos um pouco mais velhos do que eu, deu-me a imensa honra de caminhar só comigo pelas ruas de terra, por talvez meia hora ou mais, eu senti-me prestigiadíssima em caminhar com uma senhora adulta me dando tanta atenção. Fiquei apaixonada por ela e os adultos parecem não entender o que despertam nas crianças. Em Campinas, em outros anos, eu a olhava de uma forma especial, na expectativa que também aquela caminhada me rendesse uma palavra especial ou de amizade, mas nada havia ficado da nossa cumplicidade pelas ruas de Itanhaém.


Seus filhos não chegaram a ficar meus amigos, meninos eram muito críticos na década de 50, ficavam em grupo só entre eles.


Férias na "Casa do Peixe" - será que o único primo vivo que lá esteve comigo ainda se lembra? Minha mãe, pai, tias e tios todos já mortos e seus netos talvez nem ouviram sobre essas férias em família.


Maria Lucia Zulzke, em S.Paulo - SP - Brasil, sábado, dia 7 de janeiro às 8:35 am.