sábado, dezembro 11, 2010
É época de Natal !
Piracicaba, cidade do interior do estado de São Paulo foi onde nasci e morei durante os primeiros 18 anos.
Meus tipos inesquecíveis eram professores/as,
do Colégio Barão do Rio Branco e do Instituto Educacional Sud Mennucci.
As professoras eram mulheres muito importantes, para mim ! Modelos na nossa infância e eu imaginava que elas sabiam tudo! solteiras ou casadas, a sociedade as enaltecia.
Foram anos de adolescência de muitos estudos e intenso controle nos horários e regras. Em Piracicaba, tive a sorte de conhecer pessoas inteiras e não fragmentadas por papéis profissionais ou estereótipos de sucesso teatral. Elas tinham vida pessoal e familiar, com espaços e tempos generosos para que os/as amigos/as dos filhos se aproximassem, com frequência.
Dessa convivência na infância, dos bancos escolares com filhos de médicos, engenheiros e comerciantes, gerentes de bancos e outras pessoas importantes como empresários da cidade, a minha incapacidade de entender divisão de classes sociais ou hierarquia de valor de pessoas, pelo seu poder aquisitivo, apenas.
A rua do comércio, onde residi num sobrado, era uma espécie da ONU, pois cada família de comerciante tinha uma origem e, os sotaques, hábitos, produtos comercializados, culinária mostravam muito da sua forma de ser. Na mesma rua estavam judeus, alemães, turcos, portugueses, brasileiros mesmo, japoneses, italianos, entre outras descendências, distribuídos por atividades, em poucos quarteirões. Os franceses, que conheci, eram filhos de engenheiros da Usina de Açúcar - "Sucrerie" e moravam nas casas da empresa.
É dessa intensa mistura de filhos de imigrantes e culturas, com seus pais falando seus idiomas, no nosso dia-a-dia, que a minha memória afetiva, guarda um importante aprendizado - famílias amorosas e intensas provinham de todos os lados do Planeta! E que Torre de Babel, aqueles idiomas e a altura dos tons das vozes de alguns idiomas.
Sonho um sonho, talvez, impossível - voltar em dezembro e encontrar a rua comercial com a mesma magia de antes, das minhas lembranças, fechada para o trânsito, linda e iluminada, decorada para o Natal, com crianças brincando e correndo enquanto os casais, de mãos dadas, fazem compras para presentear na noite de 24 de dezembro, tendo todos, absolutamente todos o Presépio em suas casas.
Jesus Cristo renascia e amava todos, sem distinção ! Esse era o ensinamento e o aprendizado !
Maria Lucia Zulzke, em 11 de dezembro de 2010, às 0:18 am, em S.Paulo - SP - Brasil.
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