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sexta-feira, maio 26, 2017

Novo Mundo - século 19

Pela manhã desta sexta-feira, dia 26 de maio de 2017, assisti uma pequena aula didática de 30 minutos sobre histórias da História do Brasil, pela TV CULTURA - S.Paulo, coordenada pelo professor Marco Antonio Villa.

Associei o programa + informações dos livros lidos de Laurentino Gomes  e a atual novela das 18 horas da TV GLOBO - "Novo Mundo" e a época da vinda de meus avós da Europa.

Eu mal consigo ter uma tênue visão do que seria viver naquelas décadas de imensas tensões sociais, políticas, agrícolas, territoriais, econômicas e de produção na Europa, Oriente e Américas. Mulheres negociadas, escravizadas, analfabetas e submissas. Século 19 foi quando houve unificação da Itália e territórios/ impérios redesenhados na Europa, colônias pelo mundo todo.

A escravidão no Brasil era negócio rentável e legalizado para os fazendeiros, para comerciantes que dela se utilizavam e mantinham riquezas, enfim, quem tivesse dinheiro e condições e oportunidade comprava pessoas de origem africana ou branco pobre.

Foi um sistema fortemente alicerçado em comércio escravo por alguns países europeus (foi mencionada a França fazendo tráfico de escravos da África para o Caribe e Brasil) - outras referências e filme ( Amistad - filme de Spielberg) baseado em fatos reais sobre navios negreiros e a escravidão nos Estados Unidos e as rotas de Tráfico Humano pelo Caribe/Cuba) mostram a Espanha com esse mesmo tipo de comércio da gente africana de vários tribos - estatura alta, forte e guerreira.

Após a libertação dos escravos, em 13 de maio de 1888,  pela Princesa Isabel, as fazendas do Vale o Paraíba ( como foi mencionado no programa ) cuja riqueza baseava-se em 60% na força da mão de obra africana e escrava, sofreram uma quebradeira geral, pois conseguiam seus empréstimos em bancos, hipotecando ativos - a valiosa mão de obra escrava ( havia intenso mercado de escravos e escravas ).

Após a lei áurea, de imediato, os fazendeiros perderam seus recursos em mão de obra, os escravos não mais ficaram nas fazendas sob a opressão de feitores mas foram libertos sem preparo. As cidades fantasmas restaram abandonadas no Vale do Paraíba ( programa TV CULTURA).

As senzalas, como diz a TV CULTURA, eram autênticas prisões. Escravos saiam durante o dia para trabalhar sob a supervisão de feitores - agricultura ou na casa grande, cana de açúcar, café e outras culturas, derrubavam florestas e à noite, as senzalas eram trancadas por fora.

Depois de 100 anos, após a libertação dos escravos, o Brasil reformulou sua Constituição - 1988.

Novela da Globo : O reinado de Pedro I - um dos mais importantes personagens centrais da novela "Novo Mundo" dura pouco, como Príncipe Regente e Imperador. Sua primeira esposa, a Princesa Leopoldina, jovem e linda no elenco, culta e refinada, uma das herdeiras  do Império Austro- Húngaro, fortíssimo na época e muito rico. Ela viaja durante 5 meses de navio entre Áustria e Brasil, decidida a fazer tudo certo com seus sogros - Rei Dom João e a Rainha espanhola Carlota Joaquina. Ela chega no Rio de Janeiro, Brasil,  em novembro de 1817 - irá morrer muito pouco depois de ter 5 filhos ( algumas referências às suas perdas e a novela ressalta sua dor na perda do filho com 2 anos e o tormento das ausências súbitas e a permanente infidelidade do impulsivo esposo Pedro I tornam-na sem forças e triste - carta escrita pela Princesa Leopoldina a uma de suas irmãs ) - Pedro I voltará com sua segunda esposa para Portugal, em 1831, deixando filhas do seu primeiro casamento  e seu pequeno herdeiro Pedro II no Brasil com 5 anos sob a orientação do tutor José Bonifácio de Andrada e Silva.

A Independência foi proclamada em 1822.

A monarquia continuaria até 1889 e Pedro II é exilado na Europa e morrerá 2 anos depois em 1891, com 66 anos de idade.

Nesse ambiente brasileiro e europeu, no final do século 19, adolescentes, chegaram 2 de meus avós da Europa - meu avô nascido em 1877 e minha avó vinda da Itália - registros de desembarque da família Federighi de minha avó paterna estavam no Museu dos Imigrantes logo após anos 2000 - 2002 porém, não os localizei recentemente - minha avó ficou só e a família retornou para a Itália - casal e filhos. Ela casou-se com meu avô paterno que, de acordo com uma de suas filhas, falecida, tornou-se vice-prefeito de uma cidade do interior de São Paulo e viveram em suas próprias terras em área rural. Tiveram 11 filhos - 6  homens e 5 mulheres, todos sobreviveram com saúde até a maturidade e velhice ( 95, 99 anos, duas irmas de meu pai).

Nos primeiros anos do século 20, chegaram casados meus 2 outros avós - maternos -  proprietários de terras na região de Lucca, Itália e estabeleceram-se na cidade de Campinas. Tiveram 7 filhos, todos sobreviveram até a velhice,  com educação, religiosidade e casaram-se, tiveram filhos/as, netos/as e bisnetos/as, tataranetos/as. Eu sou neta direta desses 4 afetuosos e amorosos, trabalhadores europeus que se adaptaram e sobreviveram aos difíceis anos das primeiras 6 décadas do século 20 no Brasil e mundo.

Os duros sistemas opressores para nós, descendentes desses 4 rígidos e modestos europeus, talvez nunca tenham chegado perto da família, imagino que não chegaram, felizmente.

Seus descendentes viveram com simplicidade e tenacidade , estudaram engenharia, pedagogia, medicina, contabilidade, farmácia, administração de empresas, artes plásticas, veterinária entre outras profissões e tiveram uma relação afetuosa e protetora entre eles e seus descendentes, respeitosa com empregados e trabalhadores de suas famílias.

A crise ecológica, como menciona o programa desta manhã - 7:30 hs na TV CULTURA, aconteceu em 1870. Derrubar florestas virou alto negócio e a riqueza do campo migrou para a devastação das florestas transformadas em madeira para queima ou comércio e exportação. E,  nesses 200 anos, estabeleceu-se a industrialização em massa, as fábricas e suas fumaças, foram criados o telefone, luz elétrica, automóvel, aviões, TV e houve desenvolvimento tecnológico imenso.

Reler os livros de Laurentino Gomes e continuar a assistir a novela "Novo Mundo " - os dias pareciam longos para a família real, para o casal real, as viagens de navio entre Europa e Brasil levavam 5 meses. Tantos fatos políticos, traições, espiões e interesses conflitantes de Brasil, Portugal e países europeus. A Princesa Leopoldina morreria triste em poucos anos após sua chegada e o Príncipe Pedro I perderia seu reinado no Brasil em 1831, voltando para Portugal.

Escravidão de negros, do século 17 ao final do século 19- no Brasil, foi formalmente encerrada em 1888 pela lei áurea.


Maria Lucia Zulzke, em 26 de maio de 2017, antes das 9 am. de S.Paulo - capital - Brasil - dói no coração repensar tantas lutas e lutas de poder, interesses financeiros, negócios e comércio de pessoas, desrespeito aos sentimentos humanos - início da  devastação das florestas.










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