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Valor e Retro-alimentação: contribuição para a vida profissional ou pessoal; compartilhar e disponibilizar informações.































































































































sexta-feira, julho 16, 2010

Faça o bem... não olhe para quem!

Tenho particular antipatia por esse ditado! Em verdade, me arrepia quando leio ou ouço alguém disseminando essa "sabedoria" sem refletir consequências!

Receio os que usam em termos empresariais, coletivos e difusos.

Responsabilidade Social Empresarial determina e até lista ações concretas em direção à comunidade de entorno das fábricas e locais da empresa, funcionários, acionistas e clientes,  fornecedores  entre outros públicos identificados e definidos.

Também receio quem é agressor e chama a vítima de doente, mesmo as imobilizadas, caçadas, monitoradas e até mortas...

Receio quem indica terapias para consertar estragos de agressores e predadores contumazes, sistêmicos, os quais continuam livres e soltos, farejando próximas vítimas. 

Predadores fazem o que querem e, rotineiramente, escapam impunes ... visto que não costumam ter preocupações ou reflexões preventivas. Assim como, contumazes agressores não tem por hábito sentar e expor, abrir seus corações e suas inseguranças nas poltronas de psicanalista ou terapeuta.

O filme excelente " A máfia no divã" com Robert De Niro, mostra que as linguagens, atitudes e culturas são opostas entre psicanalistas, psiquiatras, famílias, casais apaixonados, assistentes sociais entre outras pessoas chamadas de "pessoas do bem" de tipos ou líderes de máfias.

Análise terapêutica exige anos, às vezes, mais do que 5 a 10 anos.... e muito dinheiro mensal, não aceitam pacientes maduros e idosos por menos do que 2 a 3 consultas semanais...

Saúde Mental é uma conquista de longuíssimo prazo e investimento. Para quem tem sua renda restrita e comprometida com os gastos do dia-a-dia, ou troca de carro a cada 2 a 5 anos ... ou investe na sua saúde mental... é uma escolha externa ou interna,  ou para que te vejam num belo carro ou, para que você consiga ver a si mesmo(a).

Quem gosta desse ditado pode também ser ingênuo ou, é um dos beneficiados/as por algo que não teve mérito em conseguir e beneficia-se das lesões e injustiças cometidas contra outra pessoa ou contra outras pessoas ou suas famílias.

É a perpetuação da vitimização e das injustiças! É necessário justiça às próprias vítimas ou suas famílias nucleares, senão é o benefício de escolhidos. É o salvo-conduto à falta de consciência sobre os erros cometidos por quem cometeu Efetivamente!

Exemplo Hipotético: a empresa lesa você, funcionário/a, em muitos dos direitos pessoais, de cidadão/ ã e profissionalmente e... depois, faz de conta que conserta o erro contratando alguém similar em sexo, profissão, origem étnica ou se promove contratando algum deficiente ou pessoa similar pela cor da pele.

Assim, vemos surgir pedidos de perdão depois de décadas ou séculos. Ou, quando as vítimas conseguem algum apoio para se fazerem ouvir na idade adulta.

E quem foi lesado/a? Como ficou em sua vida profissional? Quais as consequências para sua família nuclear que acompanhou e sofreu o sofrimento, os anos de dificuldades pela injustiça cometida?

Novela da Globo de título italiano "Passione" traz esse tema ...renova-se, de forma diferente, nas gerações mais jovens ...injustiça de acidente de trabalho contra um operário/trabalhador vitimado.  Uma das filhas desse trabalhador torna-se mãe solteira, de uma filha do filho do mesmo empresário.

E, terceira geração, a neta ilegítima daquele operário, adolescente, faz aborto de uma gravidez do neto daquele empresário.... numa recorrente vitimização do mesmo ramo da família. Vítimas com memória genética.

E, como ficou a família financeiramente? Como ficou em recursos sociais, políticos e profissionais para atender a vida, recuperação e ascensão? Terá chances de se recuperar ou precisa se exilar ou imigrar?

Eu considero irresponsabilidade empresarial não praticar ações e meios corretos para compensar a injustiça à própria vítima, em pessoa, se viva, ou à sua família nuclear objetiva!

Em geral, existem os que decidem e fazem julgamentos do certo/errado ou sim/não ou fora/dentro ou pune/ libera, ou dá outra chance/ deleta, com  empresários, autoridades, consultores e  conselheiros, sobejamente conhecidos como hábeis negociadores, aptos a darem prosseguimento à vida depois da  decisão tomada. Jamais voltam atrás!

Algumas pessoas, naturalmente de índole predatória e totalitária, mesmo que treinados em fala mansa e postura gentil...  jamais pensam em reparar seus erros... pelo contrário, são remunerados para "vender consciência tranquila e limpa". Se aplicado esse princípio, em natureza difusa e coletiva empresarial,  fica ainda mais difícil a correção do erro pontual ! 

Fica sendo como a piada sobre estatística - se uma família come soberbamente bem, 2 frangos, e a outra família não tem o que comer... pela estatística e média nacional, cada uma das famílias comeu 1 frango e ambas estão alimentadas.

O ditado, usado com cunho social assistencialista, genérico e de caridade, de fundo religioso, foi sendo apropriado numa lógica e logística empresarial difusa e coletiva!  É o Perigo !

Pergunte à pessoa o que quer? Pergunte à pessoa sem dizer a razão, o que deseja? O que ela quer!? Mas e o preço a se pagar por essas "dádivas" sem sentido.

O empobrecimento financeiro, social ou familiar, relacional acontece a olhos vistos e, ninguém ousa contestar ou mudar ou colaborar!

Só pode defender tal ditado quem goza de benefícios que não lhe dizem respeito por mérito!

Quem entende de caridade, não necessariamente entende de realizações. 

Por razões de família, profissão, proximidade, raça, gênero, origem étnica, flexibilidade de costumes etc. italianos beneficiariam italianos, não se olha a quem... armênios beneficiariam armênios, não se olha a época da vitimização, médicos beneficiariam médicos...não importa o sexo do doente ou do profissional, síndicos seriam beneficiados em detrimento de outros síndicos lesados, não importa o bairro onde estejam... e, nem os condôminos lesados.

Alguns pilares éticos da área empresarial podem ficar corroídos com o uso indevido de um ditado assistencialista e genérico, próprio para filantropia e caridade. Por isso, uma corrente empresarial colabora com percentual de seus lucros para obras sociais e filantropias e ONGs.

Risco para você ou para mim ? Façam com pessoa inocente um tal procedimento e a sociedade, em pouco tempo, estará comprometida e amarrada.

Ou, quando forem te propor algo indevido, quando forem negociar com você, você terá coragem de se perguntar sobre a fortuna ou infortúnio do (s)lesado/a (s)? Isso, se você tiver a oportunidade de ser informado previamente antes de decidir, o que há de danos e perdas, por trás da oportunidade. 

É questão moral e pessoal, de foro íntimo. Grande risco! Imagem e responsabilidade corporativa ainda tem muitos assuntos de trabalho pela frente!

Maria Lucia Zulzke, em 16 de julho de 2010, às 8:03 am, sexta-feira, em S.Paulo - SP - Brasil.

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