Meu dicionário de papel, com mais de 1500 páginas, eu ainda uso ! Continua ótimo.
Mata-borrão = é um substantivo masculino, relacionado a um papel que serve para absorver tinta.
Nós usávamos o mata-borrao quando, na escola, no seculo 20, na década de 50, escrevíamos com caneta de "pena" e tinta de tinteiro - depois, vieram canetas com tintas azul, verde, vermelha, preta etc. Com a tinta, antes de dobrar a carta ou virar a página do caderno, deveríamos ter o cuidado de colocar por cima o mata-borrão - caderno, cartas e documentos escritos pelas próprias mãos deviam ser caprichados e sem borrões .
Chamou-me a atenção porque há registro e foto de uma assinatura da adolescente austríaca arquiduquesa Maria Antonieta, com 14 anos de idade e com borrão, num dos livros sobre sua vida breve, e tragica como Rainha da Franca, que estou relendo atualmente.
Mas, a vida futura para as crianças creio que será ainda mais delicada ! Eu tenho guardado jornais de 35 anos, revistas de 54 anos atrás, meus boletins de escola primária, cartas de adolescência, arquivos e lembranças de décadas.
A primeira vez que li notícias pela internet, fiquei intrigada. Estava pela manhã de um jeito e, de tarde, não achei mais a notícia no Portal. Tudo desapareceria como num susto ?
O que será essencial guardar em papel e o que será dispensável ?
Os arquivos já perdidos em disquetes, em CDs, em vários computadores, anos e anos de trabalhos sem testemunhas e sem provas.
E, as boas informações, como garantir seu acesso às crianças ? A seu modo, são tipo "mata-borrões" dínamos, mísseis de projeções de comportamentos, vontades, referências do que ouvem, observam, aprendem numa rapidez de um piscar de olhos ?!
Alguma coisa está em defasagem na nossa civilização. Não sei explicar o que hoje me aconteceu em apenas 5 horas fora de casa, sobre o ensino nas escolas, o ensino para crianças, a influência da internet na nossa vida, o impacto da TV, das conversas. Preciso ter acesso a mundos concretos e que eu possa conferir, averiguar, investigar, apalpar - ler rótulos, ler livros, ir aos locais etc.
Por isso, fui acompanhar apresentação de uma pesquisa muito bem realizada por especialistas, que falaram sobre um tema que desde o final dos anos 70 me atrai - o impacto dos vários meios de publicidade e as crianças.
Crianças são vulneráveis nos aspectos psicológicos, cognitivos e físicos.
Numa saída de uma manhã tive a chance de ver de perto, autoridade política, bem acompanhado. Preciso do mundo concreto para me sentir viva, não preciso de beliscões, apenas - experiências concretas ! E, como deixar de vir para a internet?
Maria Lucia Zulzke, 25 agosto 2017, em S.Paulo - SP - Brasil - céu claro, temperatura amena, talvez 23 graus celsius. Dia lindíssimo.
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