Copa do Mundo, Romeu e Julieta

                                                                                                                                                                                                    

Estou, hoje, 16 anos "older" daquele distante e feliz Junho de 1994

USA - em curso e visita

à sede da Procter-Gamble com a sociedade SOCAP -

dos Profissionais de Atendimento a Consumidores em Empresas

fotinhos acima: em Roma 2009 e em junho 2010 em S.Paulo, na livraria Cultura de São Paulo, Av. Paulista, adoro ...

2010 ! Copa do Mundo, Romeu e Julieta -  nunca entendi de futebol e, jamais participei de torcida organizada, meu coração não chegou perto de nenhum time!   Desculpo-me: nasci numa família de predominância feminina -  primas, irmãs, tias e sobrinhas, filhas, em média, numa proporção de 4 mulheres para 1 homem e isso em 3 gerações. O meu único irmão, entre irmãs, havia nascido 15 anos antes de mim, de pouco convívio entre nós. Sou alheia, por absoluta falta de compreensão, a 2 dos grandes ícones de
Adoração Masculina - competição e futebol.

Copa do Mundo de 1994 - nos USA

Em julho de 1994 tentei participar desse culto mundial ao futebol. Quase consegui! Quase!

No dia 13 de julho de 1994, o Caderno de Economia do Estado de S.Paulo, publicou um dos meus artigos mais elogiados (modéstia à parte, por favor) e, com retornos em bilhetes de admiração e convites para entrevistas de jornalistas.

Eu escrevi sobre minhas impressões na cidade de Washington, capital americana, na Copa do Mundo de 1994, pois eu estava nos USA, e fiquei fascinada ou melhor, horrorizada, com a disputa no dia 4 de julho, entre Brasil e Estados Unidos. Foi um jogo violentíssimo: Leonardo deu uma cotovelada na cabeça de um dos jogadores do time norte americano, anfitrião, creio que rachou o crânio, e levou cartão vermelho.  Ele teve sua camisa agarrada e, o  oponente, levou cartão amarelo.  Regras do futebol. Para mim, um espanto a agressividade!

Mas, o mais incrível, é que os americanos estavam felicíssimos por competirem com o Brasil,  tricampeão, naquela época e, orgulhosos de perderem de tão grandioso líder, num processo de aprendizado que chamavam - "Pelés Children"! Isso é história esportiva e aprendizado. Nada de retaliação !

Outra história mundial, é do romance de Romeu e Julieta.

Total oposição de 2 famílias italianas, que se odiavam, agrediam-se e se matavam. O amor/ desamor/ a insistência/ o não respeito às escolhas da outra parte, parece ainda persistente em certas famílias e,  por séculos.   Tentam impor regras ao imponderável. Destruições e mortes podem reger os relacionamentos entre homens e mulheres, entre seres humanos, quanto aos aspectos  afetivos, efetivos ou simbólicos. O futebol fica parecendo mais civilizado, pois tem regras na competição e, todos os torcedores  dos dois lados, são testemunhas oculares
do que ocorre no "palco da disputa", na "arena do gramado".

Ambos os lados contam com a torcida pela vitória e sucesso!
Existem momentos que, para a classificação, inimigos torcem pelo
menor oponente, para arrancar as esperanças, do maior inimigo.

Na TV, ontem, no final da noite,  9 de junho de 2010, assisti ao filme brasileiro, "Romeu e Julieta" .  Rixa familiar, de gerações, entre Corintias e Palmeiras. Uma senhora, além de ir ao estádio e costurar bandeira do Corintias, deixa de falar com quem troca de time, mesmo que seja seu neto para agradar sua noiva, de família de palmeirenses, canarinhos de carteirinha.

Acompanhei atenta a dinâmica emocional dos italianos, palmeirenses, passionais, e dos corintianos. Fazem grupos de torcidas para voar e torcer do outro lado do Planeta. Isso acontece com muitos times, mudando apenas a forma de expressão cultural - mais ou menos refinada, mais ou menos rica, radical e explosiva, incondicional.

Entre o Amor e o Futebol, creio que, pelas últimas décadas e as incontáveis experiências publicadas, vale mais investir no Futebol !

Os homens sabem como ganhar dinheiro, principalmente com jogos e futebol. Não é sem razão, que livros e filmes de romances dificilmente são suas prioridades. Deixam os romances "água com açúcar" para cabecinhas de meninas e mocinhas e "senhoras" , cheias de ilusões.

Nascida no século 19, minha avó italiana proibia esse tipo de literatura para as 6 filhas mulheres, nascidas a partir de 1910 : deviam estudar, administrar uma casa, costurar, cozinhar, bordar, fazer tricô, cuidar de plantas, pintura ( só duas delas) e, só não estudaram música, pois os instrumentos eram importados e inacessíveis para elas. Todas as 6 filhas se casaram muito bem.

Vou torcer em todos os Jogos, e como nasci aqui, vou torcer para o Brasil!  Quero sentir como é bom fazer parte desse grupo de 190 milhões em ação, com absoluta paixão, disputas e sonhos abençoados ! E, se alguém ferir um outro jogador, fazia parte ..... do Futebol, fazia parte daquele Jogo  e os torcedores mundiais estão lá de testemunhas !

Vou querer assistir até o final e ver o Brasil ganhar, mais uma vez, a disputada taça. Brasil!

Maria Lucia Zulzke, em S.Paulo - SP - Brasil, 10 de junho de 2010, às 9: 05 am.