Qual trabalho e serviço realizamos em vida, quando adultos ?
Dois pontos, com certeza, nos irmanam na linha da vida - o começo, quando um dia, todos nascemos e o fim, quando um dia, todos morreremos.
Essa linha será, entre o nascimento e a morte, recheada de peculiaridades, felicidades ou vicissitudes, limitações ou realizações. Dois extremos que nos irmanam e, nesse caminho, surgem os amores.
Existem tipos diferentes de Amor:
1) existe o amor primário que é o do CONSUMO! O maior exemplo dessa infância do amor é de um bebezinho - carente, dependente, suga, espera e precisa do cuidado integral de um adulto. Precisa ingerir o leite, pura dependência. Ao consumir, o bebe diz à mãe que quer viver, que tem fome de viver. Vivo, porque consumo e também consumo porque quero viver! A capacidade mais primária de expressar o Amor é pelos diferentes meios do consumo.
É desesperador para uma mãe perceber um(a) filho(a) inapetente! Não é?! Mas, esse é um amor que jamais sacia.
2) existe o amor juvenil que é Eros - aventura, felicidade, desejos, fantasia das delícias do prazer e da busca da felicidade erotizada, descoberta na adolescência que, por ser tão intensa, é temida e desejada, é tão estimulada quanto severamente punida dependendo de religiões, famílias, épocas ou culturas. É um amor que é temido pois pode enlouquecer e destruir.
3) existe o amor lúcido, de querer ajudar a colocar um pouco de ordem "na casa", dar um pouco de justiça e bem-estar aos demais. Filia é o seu nome, e está vinculado à filantropia.
4) existe o amor amigo, Agape, o amor incondicional, transpessoal, impessoal, amor de ser pleno e realizado em sua humanidade. Nesse tipo de amor, entram a filosofia de servir e das doações.
Para um adulto, importante é perceber se não está estagnado em algum tipo de amor.
E, quem trabalha com as questões de mercado e do consumo, do mercado de consumo, das vendas, é importante se perguntar se não está estagnado no amor primário ou na voracidade do prazer, seja ele prazer físico ou das compras, do poder e das cadeiras cativas, das pessoas que jamais admitem retornar à platéia ou aos bastidores, como mentores.
São as incontáveis pessoas que conhecemos, em inúmeros segmentos da sociedade, associações, federações, fundações, institutos, legislativo entre outros postos de poder, quase sempre os mesmos, raramente cedem lugares para as mulheres. As pessoas de comando ficam agarradas aos seus postos e embevecidas com os holofotes da eternidade e as delícias das regalias.
trabalho do artista português Antonio Saint Silvestre,
Galeria Lelia Mordoch,
St Germain de Pres, Paris
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