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Valor e Retro-alimentação: contribuição para a vida profissional ou pessoal; compartilhar e disponibilizar informações.































































































































quinta-feira, abril 15, 2010

Responsabilidade Empresarial e Limites da Função


final de 1990

Quando chega o dia 15 de abril, de cada ano, não posso deixar de pensar na felicidade, bons propósitos e inocência com que eu me preparei, em 1985, para começar a trabalhar dentro da Rhodia, no Centro Empresarial - dentro do Núcleo de Valorização do Consumidor. 

Avisei da minha saída à direção do Procon. Logisticamente, também, alterei hábitos familiares, matriculei minhas filhas, pequenas, com 2 e 7 anos, numa escola período integral, no Planalto Paulista, onde eu as deixava ao redor de 7:30 hs da manhã e ia buscá-las depois das 18:30 hs, alimentadas e com banho tomado. Era uma escola entre o Centro Empresarial e minha casa.

Ainda hoje, não sei avaliar se o que perdi foi muito mais amplo do que ganhei ou vice-versa. Um de meus chefes comentava, décadas atrás - acertar é chegar na hora certa, nem antes e nem depois!

Em termos profissionais, eu lamento não ter realizado nem metade do que havia planejado.

A ambiguidade de trabalhar primeiro no governo e, depois, numa empresa privada, nunca ficou bem equacionada nas projeções de meus colegas a meu respeito.  A cobrança foi excessiva! Lamento não ter mantido, a  meu favor, a cegueira de quem  vê um único lado, de uma mesma dialética no mercado.

Nada se compara à tranquilidade de defender, cegamente, só um dos lados de um impasse, no relacionamento empresa - cliente.  Conhecer e  entender o lado empresarial, admirar aqueles que conseguem estabelecer e prosperar nos seus negócios, mesmo com os desafios de errar eventualmente,  traz ao profissional uma imensa responsabilidade. Conhecer e entender os dramas humanos e familiares, decorrentes de erros e problemas empresariais ou decorrentes de produtos defeituosos, também coloca nos ombros de profissionais, uma imensa responsabilidade!

Para profissionais de governo,  naquela época, trabalhar dentro de uma empresa privada era um tipo de traição, era uma forma de cooptação e,  dentro do princípio do certo/errado, do ying e yang, do sim e do não, do positivo e do negativo, do dia e da noite, do branco e do preto, do claro e do escuro, do politicamente correto e incorreto, dos bons e dos maus   -  os profissionais do "Bem" ficariam do "lado do consumidor", independentemente do evento ou fato.  Felizmente, acredito que isso mudou nos dias de hoje!

A linha divisória que caracteriza os SAC - serviços de atendimento ao consumidor é o "fio da navalha" para seus profissionais.

O carinho com que as empresas acolhem profissionais jovens, nas faixas dos 20, 30 até 40 anos de idade é grande. Depois dos 40 anos, as mulheres precisam de um rigor e formalismo maior.


Lançamento com cliente Alinco, num trabalho conjunto antes, durante e pós- lançamento.
Eram inúmeros profissionais planejando juntos este lançamento.

Hoje, perto dos meus 60 anos, sei que a juventude e a inocência conseguem realizar "prodígios" !  E,  se a experiência de uma profissional madura diria ser impossível, alguém mais jovem e destemido realiza graças à sua fonte de ideais de atender bem, de propor melhorias de qualidade e de comunicação. 


                          Os jornalistas ficavam perplexos sobre o propósito do trabalho!

Em 1985, eram 13 mil funcionários: 100 gerentes e uma única mulher como gerente.

Eu era, funcionalmente , chefe, quinto degrau da hierarquia que descia em pirâmide com o presidente, diretores, gerentes em 2 níveis e, depois, chefes. A minha função, no entanto, permitia acesso ao presidente, aos diretores e gerentes em caso de necessidade de trabalho.

15 de abril de 1985 !  25 anos me separam daquele dia.  Meta: realizar algo bom que reduzisse os "gaps" entre as propagandas e a entrega dos serviços e produtos aos consumidores.

Ouvidores, "Ombudsman" ou Clientes Críticos, dentro de empresas, deveriam ser contratados, talvez, após 45, 50 ou 60 anos de idade. Facilitaria em muitos aspectos ! Muitas competições periféricas seriam dissolvidas, os ciúmes horizontais de profissionais com idades similares e, no ápice da disputa por espaço, seriam melhor administrados.  Isso porque, a responsabilidade do cargo e da função é, em geral, desproporcional ao poder efetivo que se tem em relação ao peso das estruturas e burocracias. Isso acontece hoje, em várias organizações e empresas.  E, o profissional corre o risco de conquistar desafetos pelo próprio exercício do papel e da função!

Maria Lucia Zulzke, 15 de abril de 2010, às 17:52 hs, em S.Paulo - SP - Brasil.

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