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Valor e Retro-alimentação: contribuição para a vida profissional ou pessoal; compartilhar e disponibilizar informações.































































































































terça-feira, fevereiro 09, 2010

"Paraiso" de Consumo 2" ...

Quem tiver oportunidade de estudar Economia Ecológica entenderá que, na natureza, existem os consumidores primários, secundários, terciários etc. São muitos livros que há anos trazem os estudos sobre sistemas -  seja na área agrícola,  urbana, fazendas, rios, mangues, enfim, nos diversos habitats etc

A  Terra fornece os recursos, é a grande fornecedora global e os seres vivos são consumidores diretos ou indiretos. O ser humano come, alimenta-se de vegetal, animais, cereais etc

Quer exemplos específicos?

Você gosta de ostras? Aparentemente, a ostra é um objeto de consumo, alimento de quem gosta de ostra. Quem come ostra num bar, num restaurante é chamado consumidor (a).  Mas e a ostra, o que é?

Ostra é considerada, dentro de sistemas ecológicos, como uma "consumidora" no habitat onde vive e alimenta-se de matéria orgânica que captura de plantas, consome resíduos dispersos na sua área habitacional.  Portanto, a ostra é uma "consumidora" de matérias e de água.

Formigas, também, dentro dessa rede biológica são "consumidoras". Captam alimentos em toda a área da cercania onde moram para carregar ao seu habitat... É um conceito estranho quando lemos pela primeira vez mas depois de vários livros e apostilas de estudos, pode-se compreender a dinâmica do raciocínio.

Bilhões de pessoas vivas dispersam os recursos que precisam ser reciclados num sistema que se sustenta ou não se sustenta.

Um vulcão, outro exemplo, é poderoso centro de energias convergentes e, ao haver erupção, o calor e o material incandescente são expelidos. Haverá forma de transformar essa energia dispersa em energia produtiva?

O que é o transporte urbano? É um sistema que faz com que a população se reuna num trajeto, num bairro, numa cidade para que tomem algum destino e depois retornem para suas residências ou empregos outra vez.

Insumos que circulam nos países, nas empresas, nas famílias, nas incontáveis instituições: dinheiro,  informação, transformações de materiais (a farinha vira pão, macarrão), materiais, commodities, serviços etc

As organizações precisam distribuir-se e relacionar-se para aumentar a produtividade num espaço geográfico definido.

No Banco

Fila de banco, ao redor de 3 da tarde. O ar condicionado funciona bem e isso será fundamental para o que estamos prestes a vivenciar no "Paraiso do Consumo". O consumo sustentável irá registrar impactos pelo grande uso de energia em função da necessidade de ar condicionado com esse calor tropical em fevereiro de 2010.

Na fila do caixa encontram-se, na minha frente, 5 pessoas e apenas um funcionário no caixa. Os pagamentos se sucedem até que chega na vez de uma cliente, várias contas de empresa e pessoais nas mãos.

Ela confunde-se com a senha de seu cartão de débito, erra três vezes. Pega outro cartão e erra três vezes. Nesse intervalo em que ela se confunde entram mais 12 a 13 pessoas para a fila. Ninguém reclama pois o ar condicionado está ótimo!

E esse recurso será fundamental no "Paraíso do Consumo" - ar condicionado permite que todos mantenham a "cabeça fria". Compreensivelmente, monte de senhas em todos lugares e para acessar entradas, confunde a todos e, qualquer um poderá estar um dia na "pele daquela cliente". Ela olha para a fila e sorri, como que pedindo desculpas mas é incapaz de um gesto gracioso ou humilde pedindo em alta voz - Desculpa! Uma outra cliente da fila comenta que seu clube exige senhas digitadas para entrar. Formou-se uma confraria de clientes?! 

Felizmente, entram duas funcionárias para ajudar a fluir a fila do caixa e a "cliente esquecida" ainda está com o mesmo funcionário para resolver como pagar as contas com o cartão, porém sem a senha. Não sei se ela conseguiu. Todos pagavam contas no banco e, todos consumiam energia do ar condicionado.

No supermercado

Entro no estacionamento de um supermercado e percebo correntes de atrito no ar. São duas mulheres,  motoristas, estacionando "peruas enormes", novas e reluzentes. Precisam, ambas, avançar no mesmo espaço comum do corredor para, depois, recuar e entrar de ré na vaga. Nenhuma delas faz um sinal cedendo a primazia para a outra. Disputam o que já lhes pertence, um lugar no estacionamento mas... se ambas acelerarem para frente, ao mesmo tempo, irão bater. Por isso, ficam sem saber como confiar ou como podem comandar, quem acelera ou espera, é a dúvida durante longos segundos.

Depois de estacionarem, fecham seus carros e passam a gritar uma com a outra. Gritam mesmo! Berram. No estacionamento do supermercado, no final da tarde, duas senhoras muito bem posicionadas na vida financeira, com seus carrões que valem quase cem "milão" de reais, berram pronunciando adjetivos nada lisonjeiros à honra da outra. Se fosse na terra do "bangue-bangue", as valentonas tinham se matado. Clientes!

No Salão de Beleza

No salão de beleza, feita a tintura, "luzes", unhas do pé e da mão e, decorridas 4 horas muito bem contadas, a atendente que irá fazer a escova final no cabelo comenta com a cliente - "sei que sua paciência não é grande e vou tentar acelerar".  Ela havia ficado ali durante 4 horas e não era paciente?

A cliente fica perplexa. Por qual razão a moça estava a julgá-la?

Ela  nunca havia reclamado no salão de beleza, não disse nada e, lia as revistas de fofocas bastante interessada. Há anos está com agenda bem livre e não precisa ir ao cabelereiro apressada como vão as profissionais com compromissos e trabalho esperando. 
Planejou um dia inteiro só para se cuidar. Folheava a  revista existente em 100% dos salões de beleza e, de volta à realidade, saída daquele Olimpo onde só habitam os poderosos do país e artistas de TV... dá uma gorjeta e sai do salão -  linda, remoçada, com os cabelos refeitos e  unhas impecáveis. 

No Paraíso do Consumo, nem sempre é dia da caça, às vezes, é dia das caçadoras, isto é, das clientes. Gritam, agridem-se, erram senhas mas são as clientes!

Na selva, saiam para caçar aves e outros animais, ir atrás da coleta de frutas e alimentos em geral. Agora, cliente vai a supermercado, vai ao mercado, vai `a feira, vai ao banco pagar contas e onde mais possa se abastecer para participar da comunidade onde reside. Consumidor é um ser social.
Maria Lucia Zulzke, em 09 de fevereiro de 2010, em S.Paulo - SP - Brasil, às 17:00 hs.

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