Hoje, sexta-feira, dia 12 de março, em S.Paulo - SP - Brasil
Como eu posso saber da sua parte? Como eu posso conhecer aqueles que o projetaram e conceberam para agradecê-los ? Como entender os sinais que recebo, pois, para mim, significam uma grande parceria e cumplicidade entre nós, num relacionamento de mais de 15 anos?
Da minha parte, eu te admirei desde o primeiro instante, pelo nome, pelo porte, pelo espaço que me ofereceu e continuou fielmente oferecendo, pela suavidade, pela disponibilidade em me levar onde eu tivesse vontade e a qualquer momento, e pelos silêncios compartilhados!
Fiquei preocupada, no início, pois percebi que você esquentava rápido e eu precisava ser cautelosa com essa característica. Eu estava atenta aos indícios de que algo havia "elevado sua temperatura" e isso não era bom sinal para nossa realidade presente e perspectivas futuras.
Durante 15 anos, tempo considerável, eu flertei com vários outros e me imaginei no aconchego de muitos outros mas, a diferença é que os outros não eram meus! Quando eu precisava, realmente, era só você quem me esperava, paciente, no mesmo local de sempre, rapidamente respondendo às minhas necessidades.
É constrangedor confessar, mas cheguei a sentir lágrimas nos olhos quando, sózinha, eu colocava uma música e novamente renovava a mesma boa sensação de bem estar, que eu havia sentido na primeira vez, sob seus cuidados e a confiabilidade que me demonstrava em todos os momentos. É claro que você nunca me disse nada!
Ontem, eu demonstrei cuidados, como tenho feito periodicamente. Não quero prejudicar você e nem a mim. Você é a minha couraça, a minha força, a minha liberdade, o meu corpo "de aço" ! Eu sou humana e você, uma máquina.
E hoje, pela manhã, tudo parecia estar indo tão bem. O nosso caminho era curto, apenas 105 km, entre o litoral e a minha casa, em S.Paulo. O dia maravilhoso, nem chuva, nem neblina, nem o horário era de tráfego. Iríamos subir a serra, juntos, mais uma vez, nesses 15 anos, depois de banhos de mar e de piscina, de sentir a delícia que é o litoral fora da temporada.
Em S.Paulo, ainda na estrada, percebi sua temperatura - pânico. Eu estava quase na ponte da Bandeirantes e eu precisaria escolher, ou o mesmo caminho, como sempre, ou sair por alguma saída da Vila Mariana ou pelo bairro da Saúde. Subi a Av. Miguel Stefano e parei na frente de um posto de gasolina. Só ali é que você entregou os pontos, totalmente, uma correia estava pendurada, de alguma engrenagem e a bomba de água estourada.
Eu estava bem, salva e tranquila. Em perfeitas condições de telefonar ao meu seguro e pedir reboque que me levasse ao mecânico. Você, sem qualquer sinal de recuperação possível naquelas condições! Lamento, fiz o possível para evitar tal desgaste!
Gostaria tanto que engrenagens, tecnologias, estudos e desenvolvimento automobilístico tivessem dado às máquinas e seus fabricantes, a possibilidade de entender meus sentimentos imensos de gratidão.
Um nome é importante! E como seria bom se só fossemos deixados (as) sem autonomia quando houvesse segurança e sem ameaça de vida.
Por isso, ainda que sabendo ser "piegas", e sabendo que existem milhões a gostar de carro é que resolvi registrar aqui o quanto admiro o meu Fiat Tempra!
dia 12 de março de 2010, Maria Lucia Zulzke.
sexta-feira, março 12, 2010
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