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Valor e Retro-alimentação: contribuição para a vida profissional ou pessoal; compartilhar e disponibilizar informações.































































































































sexta-feira, janeiro 29, 2010

As linhas na entrevista da Revista Veja,reprimendas e atritos diplomáticos!


10 de julho, 1985, página 93.

E foi feita uma grande confusão pela citação, a mim atribuída, entre aspas,  pelo Presidente da Rhodia,  Edson Vaz Musa : "Já no seu primeiro contato conosco, ela argumentou que não viria para cá fazer relações públicas".

Vou relatar esse incidente pelo resultado final, ano 2000 - felizmente havíamos acertado todos os equívocos - Vera Giangrande e eu, compartilhando uma mesa num evento da ABO, em 31 de maio de 2000.

Voltando ao ano de 1985 e à entrevista de página inteira da Revista Veja  - Vera Giangrande, então presidente do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas, em 1985, nos mandou carta severa ponderando que faltava ao presidente Edson Musa e a mim conhecimentos sobre a profissão, a legislação que regulamentava os Relações Públicas bem como o Código de Ética que baliza as atitudes dos profissionais. Anexou todos os documentos e livros mencionados para que nós nos atualizássemos.

Tudo o que eu menos precisava e queria era um conflito externo e político, com a importantíssima e poderosa categoria profissional!  

Ainda mais, por palavras ditas por outra pessoa, ainda que fosse o Presidente, e ele me atribuindo algo que eu nem mesma tenho certeza hoje de ter falado... era muito entusiasmo com o clima de abertura política, com os programas de qualidade, com a representação de um consumidor "chato" como mencionava no Jornal da Tarde o Vice Presidente da Divisão Têxtil.

25 anos se passaram! A partir do momento que, em 1993, Vera Giangrande tornou-se a nossa memorável "Ombudsman do consumidor", representando a imensa cadeia de supermercados Pão de Açúcar, nós nos tornamos mais próximas, colegas e compartilhamos palcos, palestras, mesas de discussão, viagens de aviões para reuniões, seminários e cafés, além de inúmeros "papos de trabalho" em seu escritório.

Ela também prestigiou eventos internacionais que realizei em 1995 por meio da presença de profissionais de sua equipe do Pão de Açúcar.

 Em 31 de maio do ano 2000, numa mesa conjunta que participamos, em evento da Associação Brasileira de Ouvidores, Vera Giangrande, no alto de sua ampla experiência e reconhecimento recebido, com a generosidade que lhe caracterizava, fez uma singela homenagem a mim e também à Rhodia por termos tido a coragem do pioneirismo do trabalho realizado.

Afinal, quantos profissionais, presidentes e empresas no Brasil assumem papéis de exposição e desafiam o "status quo" empresarial ?

Acredito que ainda são poucos os presidentes que ousam pelos imensos riscos e "juros futuros" sociais,  pessoais e profissionais a serem pagos. Infelizmente, poucos entendem e assumem a ousadia de algo inédito, talvez pela prudência em não querer "pagar o alto preço".

Voltando à entrevista na Revista Veja, de 10 de julho de 1985: a Revista foi de imediato contatada por um dos Conselheiros Efetivos do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas, e lamentavam a frase atribuída a mim e também lamentavam o desconhecimento da atividade pelo presidente e por mim! Foi muito delicado o momento! As sequelas foram evitadas pelo nosso Gerente de Comunicação Social que, felizmente, era Profissional de Relações Públicas e também experiente Jornalista,  com passagens anteriores em poderosíssimas empresas brasileiras, Walter Nori, autor do livro "Portas Abertas".

Ele respondeu oficialmente atribuindo a si a responsabilidade do andamento dos trabalhos.

Se, em algum momento, eu fiz aquela referência devia-se ao fato de que, no Procon-SP, durante 9 anos, eu havia feito a coordenação de pesquisas técnicas de alimentos e outros produtos, com o apoio de laboratórios oficiais do governo, na condição de engenheira.

Mais ainda, a equipe da Gerência de Comunicação Social, da Rhodia,  era formada por inúmeros profissionais e, 3 deles, eram Profissionais de Relações Públicas, tarimbados, provenientes de empresas multinacionais e mais experientes do que eu, vinda de órgão público e eles também  faziam parte das metas do Programa de Portas Abertas!

Ao redor de setembro de 1985, recebemos correspondência assinada por Vera Giangrande,  carta em papel timbrado do Ministério do Trabalho, Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas Conrerp da Segunda Região - S.Paulo e Paraná. E, Vera Giangrande, então Presidente do Conrerp, solicitava gentilmente que eu neutralizasse qualquer conotação negativa que eventualmente eu tivesse em relação à sua atividade.

Jamais havia me ocorrido discriminar qualquer categoria profissional e muito menos Profissionais de Relações Públicas!

O episódio foi pontualmente corrigido, desculpas apresentadas, apesar do equívoco entre intenção e menção, cartas trocadas e tenho certeza que , Vera Giangrande,  com a lisura que lhe era peculiar,  fêz chegar a todos os profissionais  de sua classe profissional o equívoco, os pedidos de desculpas e os devidos esclarecimentos por parte da Rhodia, isentando a todos e a mim.

Vera Giangrande e eu conversamos longamente, na noite de 31 de maio do ano 2000, após nossas apresentações. Sentadas, lado a lado, numa mesa, aguardando o lançamento de um livro conjunto de vários autores da ABO - Associação Brasileira de Ouvidores - Edson Vismona, Vera Giangrande, Julia Clemente do IPEM, Vera Marta entre outros.

Só voltei a vê-la 3 meses depois, em 23 de agosto de 2000. Fui reencontrá-la em circunstâncias jamais previstas, no Cemitério do Morumbi, na tarde de seu velório, ela faleceu com 69 anos. Ela havia tido a oportunidade de trabalhar durante 7 anos no Grupo Pão de Açúcar. Uma guerreira memorável e faleceu embarcando no aeroporto de Congonhas para cumprir uma agenda de trabalho.

O trabalho de Ouvidoria, as entrevistas na imprensa, os entusiasmos de engenheiros, não podem ser feitos sem os requintes de profissões políticas e diplomáticas. 

Este caso creio que é do conhecimento de poucos profissionais Ouvidores ou da ABO, ou dos novos  Profissionais de Relações Públicas. Tornou-se parte de minha vida profissional, aprendizado denso, complexo, diplomático, alheio ao raciocínio matemático e lógico aprendido nas matérias das Faculdades de Engenharia.

Felizmente, pudemos esclarecer devidamente o equívoco com grande presteza com a então Presidente do Conselho de Relações Públicas, em 1985, Vera Giangrande.

Maria Lucia Zulzke, em 29 de Janeiro de 2010, em S.Paulo - SP - Brasil, às 22:40 hs, relatando um dos mais delicados incidentes da vida profissional!

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