sábado, janeiro 09, 2010
A lei é uma busca de equilíbrio e de um mínimo de sabedoria!
Ouvi, recentemente, de uma entrevistada na TV, com mais de 70 anos e que defende a pesquisa de células troncos embrionárias o comentário que - "leis e salsichas seria melhor que não soubéssemos como são feitas" !
Ela ao "brincar" sobre leis, defendia a liberdade total da manipulação da engenharia genética, atribuindo aos profissionais das clínicas e de pesquisas uma ética acima de qualquer suspeita...
primeiro: se ela fosse engenheira de alimentos saberia do que são feitas as salsichas ou poderia pedir visita numa indústria de alimentos onde não existem restrições para se ver fabricação de salsichas. A desinformação e desconhecimento específico terminariam;
segundo: as leis são necessárias na medida em que dão equilíbrio na abissal e descomunal desigualdade existente entre os seres viventes. É a busca de uma carta aberta, acessível e conhecida, para garantir civilidade entre pessoas de uma mesma sociedade. Cientistas e estudiosos da natureza humana já provaram que, quando totalmente livre, a humanidade apresenta elevados impulsos destrutivos de sua própria espécie, o ser humano com poder ilimitado é anárquico, destrutivo e vingativo.
Gilberto Dupas, em seu livro "O mito do progresso", ressalta que a humanidade não sabe se impor limites, podendo causar a própria destruição. O ser humano é apavorante quando manipula com ilimitado poder!
terceiro: os profissionais das leis poderiam, é claro, ter um pouco mais de humildade sobre a sua individual condição humana e não se confundir como "única reserva da inteligência da sociedade".
Eu trabalhei com o específico e limitado conhecimento de algumas questões de alimentos mas foi suficiente para ter uma idéia de quanto é difícil fazer de bom, até quando o bem é para todos! Exemplo: enquanto na Europa e Estados Unidos, todos os alimentos perecíveis traziam data de fabricação e prazo de validade, no Brasil nós só tínhamos códigos incompreensíveis nas embalagens e ninguém entendia os números carimbados nos alimentos. Isso permaneceu até o início dos anos 80.
Comecei a escrever sobre a necessidade dessa importante informação para o consumidor e era muitas vezes agredida verbalmente, em momentos inesperados: diziam que era impossível para o Brasil por ser um país tropical, por ser um país muito grande, com grandes distâncias para as mercadorias circularem.
Anos foram necessários para isso virar realidade por aqui... e é claro que alguns... me detestavam! hoje, as datas estão aí, os prazos de validade estão aí e nem por isso as grandes indústrias de alimentos deixaram de ser bilionárias porque a competitividade não está num profissional isoladamente, nem em uma voz insistente ou muito menos artigos persuasivos sobre aperfeiçoamentos.
A competitividade se abastece de uma imensa rede de parceiros e aliados, empresas e fornecedores complementares, todos ganhando nas parcerias e respectivos nichos de mercado.
As donas de casa, isoladas em suas casas e desconectadas .... que poderiam fazer após assistir matéria sobre não haver necessidade de leis para controle da manipulação genética e inseminação artificial! Que mundo!
Em outros países, as crianças quando viram adolescentes passam a fazer buscas incessantes para localizar seus genitores biológicos e isso é garantido pela lei. Direito de nascer e saber quem são seus genitores.
Maria Lucia Zulzke, em 09 de janeiro de 2010, às 12:32 hs, em S.Paulo - SP - Brasil.
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